sábado, 28 de agosto de 2010

Sombras de Cristo no Antigo Testamento 7

Jó (Livro de Jó)

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-> Jó se preocupava em proteger os seus filhos, cobrindo-os com o sangue de sacrifícios, pois ele sabia que em algum momento eles poderiam pecar contra Deus e buscava, com a oferta de sacrifícios, prover graça e perdão diante de Deus, se porventura pecassem (Jó 1.5). Isto nos lembra que Jesus, para nos garantir a graça e perdão de Deus, ofereceu a si mesmo em sacrifício pelos pecados da humanidade, nos garantindo uma provisão contínua de graça no seu sangue, pois sabia da nossa propensão em pecar.
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-> Havia uma acusação, feita por Satanás (Jó 1.9-11 e 2.4-5), de que nenhum homem era fiel e todos se corromperiam, ou seja, diante das adversidades e tentações da vida, nenhum ser humano se manteria íntegro e fiel a Deus, mas Jó foi fiel até o fim e não pecou. No entanto, falando em termos absolutos, nenhum homem conseguiu ser fiel perfeitamente, mas Jesus, “o segundo Adão” (1 Coríntios 15.45), foi fiel até o fim (a semelhança de Jó) e não pecou contra Deus como pecou o primeiro Adão.
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-> Satanás, que foi perante Deus incitá-lo contra Jó, é, certamente, figura de Judas, que foi perante as autoridades religiosas entregar a Jesus.
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-> A fidelidade e integridade de Jó prova que é possível, pela graça divina, expressada nos sacrifícios que cobriam os pecados involuntários, sermos santos em meio a um mundo mergulhado no pecado e vivermos em fidelidade à Palavra de Deus (a história de Jó o justifica e, ao mesmo tempo, condena a sua geração, que não terá justificativa para a sua corrupção). De forma similar, pela justiça de Cristo e sua morte na cruz como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29), temos a possibilidade de vivermos em santidade em um mundo dominado pelo pecado (a Palavra de Deus diz que, dependendo da relação que tivermos com Jesus, Ele pode nos salvar ou condenar).
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-> Jó era muito rico, cercado pelas benesses divinas (vivia como que em um paraíso), e perdeu tudo, se tornando muito pobre e, como se não bastasse, chegou a ter sofrimento físico e humilhação extremos (e, tudo isto, por desígnio divino). O Senhor Jesus era dono de todas as coisas, vivia no Céu, em um conforto sem igual, mas se tornou pobre, sofreu a morte mais terrível, tudo por plano de Deus.
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-> A história de Jó foi, na verdade, um embate entre um homem que procurava manter-se íntegro e Satanás, que é o corruptor da raça humana e que tentava fazê-lo pecar. No entanto, Jó sairia vitorioso e Satanás, perdedor, pois Jó resistiu bravamente às investidas do diabo (Jó 2.3). Jesus, o nosso representante, venceu as tentações pelas quais foi posto a prova (Mateus 4.1-11), derrotando satanás e vencendo as dificuldades de ser fiel até a morte de cruz, não se corrompeu como o primeiro Adão.
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-> No momento mais doloroso da vida de Jó, a pessoa mais próxima dele (a sua própria mulher que vivia do seu lado e que também estava sofrendo com ele) convidou-o a negar a sua fidelidade a Deus e se rebelar contra os desígnios divinos (Jó 2.9). Estando Jesus na cruz, no auge do seu sofrimento, um dos ladrões que estavam sofrendo com ele, ao seu lado, o convidou a descer da cruz (Lucas 23.39-40). Isto implicava sair do Plano da Salvação, ou seja, amaldiçoar ou se rebelar contra Deus.
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-> Jó repreendeu sua mulher no seu zelo com Deus pela sua insensatez de criticar Jó por sua fidelidade a Deus. Isto lembra a repreensão do outro ladrão que também estava sofrendo ao lado de Jesus (Jó é uma figura de Cristo, mas também pode tipificar aquele ladrão arrependido e todos os que se voltam para Deus com fé, pedindo o seu perdão), pois ele repreendeu o outro ladrão que estava incitando a Cristo a se rebelar contra Deus, saindo da Sua vontade.
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-> A “chaga maligna” desde a cabeça de Jó, até a planta dos seus pés (Jó 2.7-8), era, certamente, o seu fim (alguns entendem que era lepra ou câncer de pele), ele não sairia vivo do meio das cinzas, onde estava se coçando com um caco de telha, mas Deus restaurou a sua saúde. Os sofrimentos de Cristo na cruz o levaram à morte, mas, ao terceiro dia Ele ressuscitou, pois o Poder de Deus o levantou dentre os mortos.
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-> A enfermidade e as dores de Jó nos lembram que Jesus levou sobre o seu corpo, no madeiro, as nossas doenças e sofrimentos: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si” (Isaías 53.4).
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-> Os amigos de Jó que vieram com o fito de consolá-lo, mas acabaram por querer imputar algum pecado a Jó, pondo eles em dúvida a sua integridade. Isto nos lembra os judeus, que acusaram Jesus de pecado injustamente e pensavam que, se Deus tinha permitido que ele fosse para a cruz e sofresse, é porque Jesus era maldito de Deus, ou seja, o Mestre deveria ter pecado, pois Deus o desamparara.
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-> Diante das acusações dos inimigos de Jó (de que Jó devia ter pecado para estar naquela situação), ele contrapôs o testemunho das suas boas obras, da sua justiça e fidelidade impecáveis diante de Deus e dos homens (todos podiam dar testemunho da bondade e justiça de Jó, conforme Jó 29.11-16). É notório que o Senhor Jesus somente fez o bem nesta Terra e não merecia sofrer na cruz, pois é o Santo e o Amado de Deus (Há mais de dois mil anos, a fama da perfeição de Jesus ainda resplandece como um Sol intenso, o Sol da Justiça, conforme Malaquias 4.2 e Mateus 4.16).
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-> A expressão de Jó sobre o testemunho dos seus concidadãos a respeito dele (“Ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; vendo-me algum olho, dava testemunho de mim”, Jó 29.11) lembra o testemunho que uma mulher deu, ao ouvir o Mestre de Nazaré: “E aconteceu que, dizendo ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste” (Lucas 11.27).
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-> A frase de Jó “Eu me fazia de olhos para o cego, e de pés para o coxo” (Jó 29.15) nos lembra o fato de Jesus ter dado vista aos cegos e curado os coxos: “E foram ter com ele no templo cegos e coxos, e curou-os” (Mateus 21.14).
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-> No final da história de Jó, ele acabou sendo uma benção para os seus amigos acusadores e que não creram nele, ou seja, na sua fidelidade e justiça, pois orou por eles. Estes amigos de Jó podem simbolizar a nação de Israel: por mais que não creu em Jesus e não aceitou a justiça que vem da cruz de Cristo, por fim, vai ser protegida e salva pelo Messias rejeitado por eles (a Palavra fala de um remanescente dos israelitas que ainda vão alcançar graça diante de Deus e vão reconhecer Jesus como o Messias prometido).
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-> O sofrimento e fidelidade de Jó não foi em vão, pois a sua história tem contribuído para o povo de Deus se manter íntegro a Deus e resistir aos ataques do inimigo, em toda circunstância, a séculos. De forma semelhante, a história de Cristo (o seu caráter perfeito, seu amor, santidade e justiça) tem servido de estímulo para todos nós não cedermos ao pecado, mesmo diante das adversidades da vida, a mais de dois mil anos.
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-> Jó, por fim, recuperou tudo o que tinha, em dobro, e pôde contemplar a Deus (antes somente o conhecia por ouvir a palavra da boca dos outros, agora, o viu com os próprios olhos). Jesus foi glorificado por Deus ao estado anterior à sua encarnação (com a vantagem de ter conquistado muitas almas dos homens) e, com o seu corpo ressurreto, adentrou a presença de Deus, embora já estivesse com Deus como a Palavra Eterna de Deus, e agora o contempla face a face.
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-> Os amigos de Jó lhe abandonaram quando estava nos momentos mais difíceis da sua vida, mas quando Deus restaurou a sua sorte, todos os seus amigos retornaram e lhe deram coisas valiosas como presentes. Os discípulos do Senhor também lhe abandonaram, nos seus sofrimentos, porém, após a ressurreição, todos os discípulos do Mestre voltaram e entregaram as suas vidas a Cristo, como valiosas ofertas de amor e gratidão.
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-> Por não ter negado ao seu Deus e permanecido fiel, pode ser afinal um representante dos homens diante de Deus, pois intercedeu por seus amigos (Deus não aceitou a oração deles, mas a de Ele aceitou, pois foi achado digno diante de Deus). Jesus, por ter sido fiel até a morte, e morte de cruz, tornou-se o nosso Representante e Intercessor diante do Deus Pai, e, pela sua justiça, somos aceitos diante de Deus (Hebreus 7.25). Por isso a Palavra diz: “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos,
qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Romanos 8:34).
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-> Jó tinha filhos amados por quem ele zelava, oferecendo sempre sacrifícios a Deus para eles receberem graça, mas, depois do sofrimento e, por fim, exaltação de por Deus, Deus também lhe deu outros filhos. Isto tipifica o fato de que Deus tinha já filhos, os quais, por meio dos sacrifícios da Antiga Aliança, preservava da corrupção do pecado, mas, após a morte e ressurreição de Cristo, Jesus gerou, e está gerando, muitos outros filhos, os quais Ele limpa e protege do pecado pelo seu próprio sangue (a Nova Aliança).

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